top of page

Entendendo o luto



Luto é o processo de vivenciar e lidar como uma perda que afeta nossa vida, como o término de uma relação, a morte de um ente querido, ou até mesmo a perda de um emprego. No caso da perda de uma pessoa querida, esse sentimento vem acompanhado de profunda dor e tristeza.

A maneira de vivenciar o luto depende muito das circunstâncias da perda, da nossa personalidade, do modo como lidamos com momentos difíceis, da disponibilidade de apoio de familiares e amigos, entre muitos outros fatores. Mas, de modo geral, existem algumas fases comuns ao se processar o luto e lidar com a perda. São elas:


Negação

O choque produzido pela perda faz com que neguemos os fatos, por necessidade de auto defesa, de forma consciente ou inconsciente. A negação pode se manifestar em sensações de entorpecimento, incredulidade e ausência.


Raiva

Depois da negação, a revolta se instala e é dirigida a tudo e todos, até a si mesmo ou a Deus. Não conseguimos entender por que estamos passando por esta experiência e nos sentimos injustiçados.


Esta fase envolve questionamentos repetitivos, geralmente ligados a culpa. É quando tentamos negociar com Deus ou com o destino, nos perguntando se poderia ter sido diferente, se poderíamos ter evitado o que aconteceu, etc.


Depressão

É a etapa mais profunda da dor, quando sentimos uma tristeza prolongada, desinteresse pelas atividades habituais, vontade de nos isolarmos do mundo e do convívio com outras pessoas. Sintomas físicos como insônia, perda de peso ou de apetite, são comuns.


Aceitação

Quando percebemos que, apesar da perda ser enorme e irreversível, conseguimos conviver com ela e seguir em frente. Aos poucos, os pensamentos de tristeza diminuem, dando lugar a memórias positivas do ente querido.


É importante lembrar que todos esses sentimentos são normais em situações de luto, e que não há nada de errado em procurar a ajuda de amigos, familiares, ou de profissionais como psicólogos e psicoterapeutas.


Quais as reações mais comuns no processo de luto?

Quando somos atingidos para uma perda, as reações são as mais variadas e acontecem em vários níveis: físicos, mentais, sociais, emocionais e cognitivos.


Podemos ter a sensação de perder o pé das coisas, como se o mundo desabasse de uma vez só. Ou ficar anestesiados, com uma impressão de incredulidade, como se estivéssemos num sonho, prestes a acordar de um pesadelo a qualquer momento. Podemos sentir raiva, nó na garganta, falta de energia, boca seca, confusão, falta de apetite, hiperatividade e até alívio.


Todo este turbilhão de sintomas é normal e devemos dar vazão a ele para que o processo do luto siga seu curso normalmente.


O site do Instituto de Psicologia 4 Estações fez uma lista bem completa sobre isso:

  • Sentimentos: choque, tristeza, culpa, raiva e hostilidade, solidão, agitação, ansiedade, fadiga, anseio de estar com a pessoa falecida; desamparo e alívio.

  • Sensações físicas: vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, hipersensibilidade ao barulho, sensação de despersonalização (como caminhar na rua sentir que nada é real, inclusive nós); falta de ar, sentir a respiração curta; fraqueza muscular; falta de energia; boca seca; suscetibilidade a doenças, principalmente as doenças ligadas à baixa imunidade, estresse ou falta de cuidados com a saúde.

  • Cognições: descrença; confusão, déficit de memória e concentração; pensamentos obsessivos; sensação da presença; alucinações.

  • Comportamentos: distúrbio de sono; perda ou aumento de apetite; aumento no consumo de psicotrópicos, álcool e fumo; comportamento “aéreo”; isolamento social; evitar coisas que lembrem a pessoa que faleceu; procurar e chamar pela pessoa; sonhos com o falecido; hiperatividade e inquietação.


Quanto tempo dura o luto? Não é possível dizer com precisão. Cada pessoa lida com o luto à sua maneira mas, no caso da perda de uma pessoa querida, é comum que esse processo leve de 1 a 2 anos.

Alguns sintomas de que a pessoa está evoluindo no processo do luto são: conseguir falar sobre a pessoa que morreu sem dor e sem chorar, podendo, no entanto, sentir tristeza. Voltar a sentir interesse pela vida, adaptar-se a novos papeis.

Na próxima seção indicamos alguns grupos de apoio, presenciais e pela internet, bem como sites, blogs, e grupos em redes sociais que podem auxiliar neste caminho.

bottom of page